As Dunas Se Movem No Século
Daniel De Olive
Desperta o relógio do mundo
A gente acorda, vira as costas
Vai à rua ou fica em casa
Eu vejo como tudo se passa
Muito rápido sem que eu mesmo
Possa, ao menos
Segurar por um momento
Como água em minhas mãos
Areia fina em meus pés
Parece que meus dias
Rodam sem parar
Nada fica em mim
E eu não marco nada nem ninguém
Eu preciso viver mais devagar
Ver os olhos de quem amo
Distrair, sentar e conversar
As dunas se movem no século
Há sempre um momento de renascer
É outra chance, mudar o jeito de ver
É estranho, ela me disse é estranho
Você pensa andar pelo caminho da felicidade
Mas não vive a intensidade
Quebre o que é grade, rasgue o que é grade!
Agora eu sou seu, tão seu, tão só seu
Como eu! Antes não pude entender
Talvez por medo, por culpa ou remorso
Deixar a rotina era viver sem calço
Agora eu sou seu, tão seu, tão só seu
Todo teu! Nada me rouba este instante
As dunas se movem no século
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